A Guarda Civil de Contagem recolheu em apenas uma semana cerca de 70 carreteis e pipas com cerol e linha chilena no município. Os materiais recolhidos podem causar prejuízos na rede elétrica e até mesmo tirar a vida de pessoas inocentes. Os objetos apreendidos foram mostrados à imprensa na tarde da última sexta-feira (29), na sede da Secretaria Municipal de Defesa Social e, em seguida, levados para serem incinerados no aterro sanitário da cidade. O objetivo é alertar a população sobre os riscos quanto ao uso do cerol e da linha chilena.
Esta operação recebeu o nome do motociclista entregador de gás Igor César Leal, 38 anos, vítima fatal de linha chilena, material composto por cerol industrializado que tem o poder de corte quatro vezes maior que o cerol. Ele era morador do bairro Retiro, em Contagem. Segundo o comandante da Guarda Civil de Contagem, Levi Sampaio, a operação recebeu este nome para que a história não caia no esquecimento e para chamar a atenção dos cidadãos. “Este tipo de crime não ficará impune, o uso desse material é proibido e transforma o que era para ser apenas uma brincadeira em atividade criminosa”, alerta.
De acordo com a Lei Estadual 14.349/02, a multa prevista é de R$ 100 a R$ 1.500 para quem usar cerol e, no caso de lesão corporal ou morte, a pessoa pode responder criminalmente. Apesar disso, o cerol pré-fabricado e a linha chilena são comercializados ilegalmente e fáceis de encontrar nos estabelecimentos ou pela internet. Notícias que relatam acidentes causados pelo uso proibido do cerol, uma mistura de vidro e cola, em linhas de pipa são cada vez mais comuns. Em Contagem, o motociclista Igor César Leal morreu no último domingo (24).
A Guarda Civil recebe cerca de 10 ocorrências por dia, relativas ao uso e comércio do cerol e da linha chilena. O comandante informou ainda que nesta semana foram feitas apenas apreensões do cerol e da linha chilena, mas a partir da próxima semana os agentes da Guarda Civil irão atuar de forma repressiva. “O uso mais frequente do cerol e da linha chilena ocorre principalmente na temporada de férias, entre junho e agosto. Estamos alertando a população do perigo que é usar esse material, nas próximas operações iremos conduzir o infrator, seja usuário ou vendedor, até a delegacia para que sejam executadas as sanções previstas em lei” ressaltou.
