A saúde humana é o foco do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Contagem. Entres seus objetivos principais constam o controle de zoonoses (doenças transmitidas entre seres humanos e animais, como a leishmaniose), de vetores de doenças (como o mosquito que transmite dengue, zika, chikungunya e febre amarela), de roedores (ratos, por exemplo) e, também, a divulgação do conceito da guarda responsável.
Um dos compromissos de campanha do prefeito Alex de Freitas, a retomada do programa de esterilização cirúrgica de cães e gatos segue com fôlego renovado desde a reforma administrativa ocorrida em meados do primeiro semestre deste ano: em abril de 2018, foram assinadas e estabelecidas parcerias instituições de ensino em Medicina Veterinária e foi possível regularizar o fornecimento de insumos para diagnóstico de Leishmaniose Visceral Canina pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
A castração é o método mais eficiente e ético de saúde pública para controle populacional de cães e gatos. A maneira mais ética de lidar com os problemas ligados aos cachorros, sejam de rua ou domiciliados, como a leishmaniose, é a adoção da castração em massa e da promoção da guarda responsável.
De abril a junho, foram realizadas 678 cirurgias de castrações de cães e gatos, mais de 1.500 coletas de sangue para o diagnóstico da Leishmaniose e recolhidos 174 cães positivos para a doença. Além disso, está em construção um alinhamento para incluir diversas secretarias municipais, a sociedade civil e outros órgãos em torno do conceito de Saúde Única, explica o diretor de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), José Renato Rezende Costa.
“Para nos auxiliarem nas políticas públicas de educação e sensibilização para a guarda responsável dos animais, transformando de fato o conceito de Saúde Única (saúde humana, animal e ambiental) em uma só diretriz da gestão, reforçamos ainda a necessidade de atuação intersetorial entre as secretarias de Saúde, Educação e Obras e Serviços Urbanos e entidades da sociedade civil de proteção animal”, reforça o diretor, que é médico veterinário.
Animais para adoção
Entre as propostas de guarda responsável, o CCZ vem trabalhando também no projeto de doação de animais. “O CCZ não faz o recolhimento de animais soltos em vias públicas e o abandono é crime ambiental que pode, além de gerar multa, fazer com que o infrator seja preso. Mesmo assim, somos acionados em diversas situações para o acolhimento destes animais e aqueles que não possuem quaisquer zoonoses são disponibilizados para adoção. Hoje, temos disponíveis em torno de 20 filhotes e 20 cães adultos que podem ser adotados. Temos expectativas de que eles encontrem de fato um tutor e um lar definitivo, com todos os cuidados que merecem”, esclarece José Renato.
Para mais informações, basta procurar o CCZ, localizado à avenida João César de Oliveira, nº 4.665, no bairro Cinco. O telefone do CCZ é 3351-3722. Horário de funcionamento: 8h às 17h.
Combate à esporotricose
Assim como está empreendendo ações para diagnóstico e combate à Leishmaniose, a Vigilância em Saúde do município também vem se empenhando em diagnosticar a esporotricose, uma micose tratável que pode afetar animais e humanos cujos sintomas manifestam-se principalmente nos gatos. De abril a junho de 2018, mais de 60 felinos foram diagnosticados com esporotricose, por meio de convênio firmado com a Escola de Veterinária da UFMG. De acordo com José Renato Rezende Costa, a doença vem se espalhando de forma endêmica por todo o país. Para participar de discussões em nível nacional que envolvem a esporotricose, uma equipe de técnicos de Contagem participou de uma oficina em Brasília promovidas no mês passado, pelo Ministério da Saúde (MS), sobre estruturação de vigilância e controle das micoses sistêmicas. Também em junho, para debater o tema, a SMS realizou uma reunião da qual participaram agentes de saúde, controle de zoonoses e representantes da epidemiologia. Dados preliminares apontam um possível crescimento da doença no Brasil entre os anos de 2015 e 2018.
Educação e arte no combate às arboviroses com os Agentes em Cena
Para promover e divulgar ações de educação em saúde, foram realizadas ainda mais de 20 apresentações da equipe de teatro “Agente em Cena” nos oito distritos sanitários da cidade, voltadas a escolas e entidades parceiras. O grupo foi criado há 12 anos por Agentes de Combate a Endemias (ACE) de Contagem, mas, em 2014, as atividades da trupe foram interrompidas. A atual gestão retomou os trabalhos do grupo e firmou parcerias entre a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde (Ascom) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Essa parceria possibilitou uma capacitação mais qualificada dos artistas. Desde então, o grupo vem divulgando ações de educação em saúde, que incluem ações de combate às arboviroses (como dengue, zika, chikungunya e febre amarela) de forma lúdica e direcionada aos públicos.
Armadilhas para monitoramento do mosquito
No controle ao Aedes aegypti e às arboviroses, a SMS vem utilizando armadilhas chamadas ovitrampas, aumentando a vigilância e o controle dessas doenças. O objetivo é atrair as fêmeas do mosquito Aedes para que coloquem os ovos na armadilha. Atualmente, existem 517 ovitrampas espalhadas pelos oito distritos sanitários da cidade. As armadilhas são instaladas em pontos estratégicos, com monitoramento constante. Pela quantidade de ovos do mosquito, ou a ausência deles, a SMS acompanha se há fêmeas no raio da armadilha (200 mts) e pode intensificar ações nas áreas em que há indicação de infestação, com visitas dos agentes de endemias, ações de coleta de inservíveis e outras iniciativas para diminuir a incidência do mosquito.
Quase cem toneladas de lixo recolhido
De acordo com o setor de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses da SMS, de 1º de janeiro a 30 de maio de 2018, a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos recolheu mais de 96 mil quilos de lixo por meio dos mutirões de limpeza e do FaxinAção. Essa quantidade corresponde a quase 100 toneladas recolhidas em seis meses. Lançado em janeiro de 2017, o FaxinAção integra o Pacto pela Paz, um programa idealizado pela Secretaria Municipal de Defesa Social. Trata-se de um programa que inclui visitas a imóveis por Agentes de Combate às Endemias (ACE), inspeções domiciliares, distribuição de material informativo e recolhimento de objetos que podem se tornar focos do Aedes aegypti.