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MAR
02
02 MAR 2023
CULTURA
Conheça Contagem e sua gente: Carlos Almeida, o “Seu Carlos”
Foto Noticia Principal Grande
Foto: Luci Sallum
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Uma das figuras mais ilustres de Contagem nos anos 60 e 70 e 80, Carlos de Almeida, conhecido por “Seu Carlos”, o idealizador da Casa de Cacos, neste 2 de março, se estivesse vivo, estaria completando 113 anos. Mineiro de Juiz de Fora, Seu Carlos foi um dos nove filhos do casal Antônio de Almeida e Ignês Glansman. Em 1931, se casou com Aristolina Luisa Moreira. O casal teve quatro filhos: Carlos José, Maria Ignês, Dea Maria e Elizabeth Aparecida.

Morou boa parte de sua vida em Caeté, onde conheceu sua esposa e, posteriormente, em Belo Horizonte, no bairro Carlos Prates, mas o lugar que sr. Carlos escolheu para descansar, após se aposentar, foi o bairro Bernardo Monteiro, em Contagem. Antes de se aventurar por essas terras, porém, ele trabalhou com siderurgia e se especializou em radiestesia, função ligada à descoberta de minas de água.

Ao se aposentar, sr. Carlos tinha o sonho de passar finais de semana em seu “recanto”. O bairro Bernardo Monteiro, no início dos anos 60, era ainda rural e a casa que ele possuía era simples, com dois quartos, um banheiro, uma sala e uma cozinha, localizada, àquela época, na rua Nova, 132. Para chegar até a casa, ele ia de trem do Carlos Prates até a estação Bernardo Monteiro, de onde, a pé, chegava até o seu “sítio”. No entanto, a casa pacata de sr. Carlos, por alguns motivos, ganhou um novo rumo. Ali, anos depois, tornou-se um dos cartões postais de Contagem: a Casa de Cacos.

“O que muita gente não sabe é sobre a vida pessoal dessa pessoa, simples, trabalhador comum, mas muito à frente de seu tempo. Visionário, o sr. Carlos iniciou a remodelagem do seu sítio, digamos, de forma conservadora, primeiro pelo banheiro, depois pelo alpendre”, contou Lúcio Honorato, um dos coordenadores da Casa de Cacos.

Ele destacou que a família costumava se reunir, celebrar encontros e festas e nessas ocasiões a esposa de Carlos  fazia doce de leite caseiro em um molde de carneiro.  “Há uma história que numa dessas festas, em que tinha esse doce de leite especial, uma das filhas do sr. Carlos tropeçou e as louças que eram para serem lavadas, acabaram se quebrando. Como ele era o típico ser humano que dava um jeito para tudo, reaproveitou aquilo em um vaso de flores. Vendo o resultado, começou a estender para alguns cômodos da casa”, continuou Lúcio.

Como sr. Carlos estava gostando da “evolução do projeto”, tudo foi ganhando vida. “Muitas pessoas no entorno também foram doando cacos, ele mesmo quebrava, por querer, xícaras em cafés e reaproveitava isso na casa. Há, na Casa de Cacos hoje, uma parede com mais de 800 xícaras, outra com vários pratos e muitas recordações que o 'artista' foi colecionando durante a vida”, relatou, acrescentando que na Casa de Cacos ocorriam diversas brincadeiras, muitas com crianças, que também o ajudaram em sua criação. “Sr. Carlos adorava as crianças e sempre fazia brincadeiras, oficinas, tudo envolvendo cacos ou figuras revestidas, como é o caso da Fifi, a elefanta que está localizada ao lado da Casa de Cacos”, contou Lúcio.

Sr Carlos era um colecionador nato. Além dos cacos que usava para o revestimento da casa, também guardava caixas de fósforos e pequenos objetos. Essa coleção, inclusive, recentemente foi doada por Maria Ignês, sua filha, à Secretaria de Cultura.

Fama
Seu Carlos foi ficando conhecido pela sua obra em Contagem e muitos curiosos passaram a visitar a Casa de Cacos, entre eles, figuras ilustres como o ex-presidente Juscelino Kubistchek, que o presenteou com uma placa. Sr. Carlos também marcou presença em vários programas de rádio e TV, como na TV Itacolomi e no Chacrinha. Sempre vestido com um terno de cacos, ele passou a ser uma figura icônica, assim como a casa que projetou. Em 1974, o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Serafim Fernandes de Araújo, visitou o local e o abençoou.

A Casa de Cacos e sua continuidade
"A Casa de Cacos, enquanto o sr. Carlos esteve vivo, sempre tinha novidades. Ele nunca parava de criar. Estava sempre inovando, seja no quintal ou em outro lugar", ressaltou Lúcio Honorato.

Sr. Carlos faleceu em 1989. A Prefeitura de Contagem adquiriu o imóvel em 1991 e, em 2000, ela foi tombada como patrimônio da cidade. Por volta de 2005 a Casa de Cacos encerrou as atividades. Em 27 de agosto de 2021, durante o mês de aniversário de Contagem, completamente reformada, inclusive com o acréscimo de um anexo ao fundo, o local foi aberto novamente à visitação.

No local, os visitantes conhecem um pouco da história da casa, do "Seu Carlos" e até mesmo da cidade, uma vez que as histórias quase se confundem. “Sr. Carlos nasceu em 1910, um ano antes da emancipação de Contagem. Era uma outra época, um outro momento e essa história precisa ser conhecida pelos próprios contagenses. Inclusive um dos desejos que ele  tinha era que a cidade tomasse conta do lugar e que fosse tombamento, visto ser um mosaico diferente de qualquer outro no mundo. Seu sonho acabou acontecendo”, finalizou o coordenador.

A Casa de Cacos, atualmente, funciona de terça-feira a sábado, das 9h às 17h e, domingo, das 9h às 13h.

Confira, aqui, uma galeria de fotos sobre "Seu Carlos"
Autor: João Cavalcanti
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