O combate à fome e à insegurança alimentar são prioridades das políticas públicas em Contagem e foram debatidas no sábado (3/6), durante a V Conferência Municipal de Segurança Alimentar Nutricional e Agroecologia, realizada no Espaço do Encontro, na Prefeitura Municipal, cujo tema foi “Alimentando Direitos e Cidadania: comida de verdade para todas as pessoas”.
Desde 29 de março, foram realizadas nove plenárias, uma em cada regional da cidade, e outra exclusiva para mulheres, que contaram com a participação de mais de 700 pessoas para debater e propor ações de combate à insegurança alimentar e de fomento à agricultura ecológica.
A prefeita Marília Campos, presente no evento, destacou as ações e a aplicação de políticas públicas no município para combater a fome. “Nestes dois últimos anos investimos muito na reconstrução da política de segurança alimentar. Então, a gente continua seguindo e hoje estamos aqui concluindo todo o processo de mobilização e de organização realizando a nossa conferência", destaque.
Desde o início de 2021, em Contagem, foram investidos R$ 14 milhões em segurança alimentar e agroecologia, com recursos da Prefeitura. Assim, foram ampliadas as refeições dos restaurantes populares bem como o número de cozinhas comunitárias. O Banco de Alimentos foi reorganizado e modernizado. O Centro Municipal de Agricultura Urbana e Familiar (CMAUF) também foi totalmente reestruturado.
Um dos grandes desafios atuais, em Contagem e no Brasil, é a agricultura urbana, a agroecologia. Aproveitar os espaços da cidade para combater a fome e produzir renda, como já ocorre no município e que será ampliado, conforme destacou a prefeita.
“O importante é que a gente ocupe os espaços, seja nos nossos quintais, nos espaços vazios, seja como uma política que induza para esse processo de ocupação para que a gente não só alimente as pessoas como também tenha geração renda. Então, nesses dois anos e meio, a gente tem procurado, fortes essas iniciativas”, destacou Marília.
Rejane Rocha é agricultora urbana da unidade produtiva Sapucaias II e entregou à prefeita o conjunto de propostas elaboradas pelos delegados da conferência. “Muito orgulho de poder representar os agricultores de Contagem”, disse.
A subsecretária de Segurança Alimentar, Nutricional e Agroecologia, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Trabalho e Segurança Alimentar, Cida Miranda, destacou que a conferência é o momento de escutar a população sobre os problemas da fome e da insegurança alimentar no município.
“avaliar as políticas públicas que já estão sendo tolerantes, que já estão sendo integradas no município e proporcionalmente aprimoradas. Contagem é um dos poucos municípios brasileiros que organizou uma política pública de segurança alimentar”.
Ao longo das plenárias, executadas desde março, foram eleitos 82 delegados por todas as regiões da cidade e elencadas 75 propostas de avaliação e aprimoramento de políticas, vindos da participação popular, conforme explicou Cida. posteriormente, essas propostas serão encaminhadas às conferências estaduais e federais.
Também estiveram presentes no evento o presidente da Câmara Municipal de Contagem, vereador Alex Chiodi; como secretárias Telma Fernanda (Educação) e Mônica Cadaval (Desenvolvimento Urbano e Habitação); representantes das deputadas estaduais Leninha e Adriana Alvarenga; a subsecretária de Trabalho e Geração de Renda, Mara de Castro; e os administradores regionais Naldo Assis (Sede) e José Rodrigues (Riacho).
Restaurantes Populares
Em Contagem existem três restaurantes populares (Eldorado, Ressaca e Nova Contagem). Em dois anos e meio a oferta de refeições foi ampliada de 2.300 para 4.300 alcance, ao preço de R$ 5,50.
Almoço e jantar estão disponíveis à população de rua nos restaurantes e na Casa de Passagem. Na unidade Nova Contagem, o jantar é aberto à população ao preço de R$ 2,50.
Cozinhas Comunitárias
No início da atual gestão havia apenas duas cozinhas comunitárias (Nacional e Nova Contagem), que serviam 700 refeições por dia.
Hoje, são sete cozinhas comunitárias (Nova Contagem, Nacional/Vila Mariano, Ypê Amarelo, Darcy Ribeiro, Vila Pérola, Novo Boa vista e Vila da Paz) que servem 1.600 refeições por dia e atendem 500 famílias, dentro de uma rede de articulação no território: Segurança Alimentar, Assistência Social, Saúde e Educação.
Banco de Alimentos
O Banco de Alimentos estava desorganizado, sem cuidados técnicos e sem atendimento ao público. Atualmente, está modernizado e as instituições beneficiárias estão devidamente cadastradas com critérios públicos. São 54 instituições que atendem, semanalmente, cerca de 6 mil pessoas.
Centro Municipal de Agricultura Urbana e Familiar (CMAUF)
O CMAUF funciona como um centro de desenvolvimento de tecnologias voluntárias na natureza. Ele se encontrava desorganizado e fazia assistencialismo com distribuição de mudas.
Hoje em dia são 41 unidades produtivas da agricultura urbana espalhadas por todo o município, dando destinação social às áreas públicas ociosas, incluindo mulheres, famílias dos Cras, idosos, escolas, unidades de saúde, Comunidade dos Arturos, produzindo alimentos para suas famílias, gerando renda e fortalecendo os laços comunitários.
Ainda, são apoiadas 15 unidades produtivas da agricultura familiar e quatro pontos da Feira da Agricultura Urbana e Familiar (estacionamento do Big Shopping, Prefeitura, Fórum de Contagem, Feira de Economia Solidária do Petrolândia - Horta Comunitária Sapucaias).
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